quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Relatórios

GESTAR II – PROGRAMA GESTÃO DA
APRENDIZAGEM ESCOLAR
ESCOLA MUNICIPAL “RAIMUNDO DAS CHAGAS QUINTÃO” TAQUARAÇU DE MINAS - MG
ORIENTADOR: MARIA DE LOURDES MARQUES CRUZ
PROFESSOR FORMADOR: MARIA ESTELA DOS SANTOS FERRAZ
DISCIPLINA: LÍNGUA PORTUGUESA

RELATÓRIO DE OFICINA
DATA: 24 de abril de 2009
Primeiro encontro do GESTAR II com os cursistas após terem recebido de forma ampla, as informações inerentes ao Programa, numa reunião conduzida pela Orientadora, Senhora Maria de Lourdes Marques Cruz, quando houve a participação de toda a comunidade escolar. Na reunião foi informado da importância de estarem todos envolvidos no Programa, uma vez que a prática aplicada com os alunos envolveria em muita das vezes toda a comunidade escolar Os pais e alunos foram informados pelo Diretor e Supervisor na reunião de pais e mestres que aconteceu antes desta data inicial do curso.
Após informar ao cursista detalhadamente a caracterização do Programa, sua modalidade, seu objetivo, suas ações, bem como seu desenvolvimento (tempo do curso, realização do curso e avaliação), deu-se o início do referido Curso numa leve discussão a respeito da proposta pedagógica do Gestar II, que gastou 60 minutos. Inteirados, os cursistas passaram a estudar TP3 – Unidade 9 (Gêneros textuais – O conhecimento intuitivo de gêneros). Como receberam todo o material neste dia, foi feito uma leitura introdutória de “Iniciando nossa conversa”, bem como a leitura da Seção I, com a realização da atividade 1 e 2, atividades estas que levaram os cursistas a entenderem o objetivo da TP – identificar diferenças e semelhanças na organização de textos utilizados em diversos contextos de uso lingüístico. Deram continuidade às atividades levando em consideração a produção exigida pelo professor em sala de aula que visa apenas um tipo e um gênero textual. Ficou entendido neste primeiro encontro a importância de desenvolvermos uma competência sociocomunicativa quando da produção de um texto, observando que o gênero escolhido para o referido texto implica na finalidade sociocomunicativa exigida.
Como formador num primeiro encontro, onde mesmo após ler bastante dos Cadernos ainda tinha dúvidas de como fazer corretamente as colocações a respeito de um assunto tão importante para o ensino-aprendizado, me senti satisfeita com o resultado deste primeiro encontro.
Para finalizar o dia, repassei a todos os cursistas, o texto adaptado de Pitchert, J & Anderson, R. Taking (“different perspectives on a story, Journal of Education Psychology,1977,69), pedindo aos mesmos que fizessem a atividade de re-escrista com a finalidade de: vender a casa; comprar a casa; tombar a casa; roubar a casa; alugar a casa, deixando livre a escolha de diferentes gêneros textuais. O resultado foi bom (ver portfólio)e, durante a apresentação os comentários a respeito foram positivos o que me levou a acreditar que o Programa daria certo na nossa Escola.



















GESTAR II – PROGRAMA GESTÃO DA
APRENDIZAGEM ESCOLAR
ESCOLA MUNICIPAL “RAIMUNDO DAS CHAGAS QUINTÃO”
CIDADE: TAQUARAÇU DE MINAS – MG
ORIENTADOR: MARIA DE LOURDES MARQUES CRUZ
PROFESSOR FORMADOR: MARIA ESTELA DOS SANTOS FERRAZ
DISCIPLINA: LÍNGUA PORTUGUESA

RELATÓRIO DE OFICINA
DATA: 08 de maio de 2009
2.º Encontro
Os cursistas apresentaram certa dificuldade em adequar o tempo necessário para leitura e entendimento amplo da Unidade 9 em suas 3 seções, mas fizeram todos os exercícios, que foram corrigidos nesse encontro para tirarem as dúvidas que apareceram já que elas impediram os cursistas de irem até a sala de aula com total segurança. Após sanar as dúvidas os cursistas foram inteirados de que deveriam escolher duas atividades da TP 3 – Unidade 9, para aplicarem em sala de aula relatando posteriormente e fazendo a transposição didática na próxima oficina. A página 45 – Ampliando nossas referências com o texto Gêneros textuais: definição e funcionalidade de Luiz Antônio Marcuschi foi lido, socializado e todas as questões foram respondidas (ver portfólio).
A Unidade 10 foi introduzida – Trabalhando com gêneros textuais de Maria Luiza Monteiro Sales Coroa. Texto lido e entendido partimos para a Seção 1 – Gênero literário e não-literário com o objetivo de distinguir características de gênero literário e de gênero não –literário.
Para fechar o dia, os cursistas ainda sobre o tema trabalho e aproveitando a data comemorativa do dia do trabalho (1.º de maio) discutiram sobre as várias formas de como falar de um assunto tão polêmico e tão importante para a sociedade, principalmente no meio de uma crise mundial onde a informalidade trabalhista fala mais alto, encontrando aí, uma diversidade de atividades a serem trabalhadas em sala de aula.




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ESCOLA MUNICIPAL “RAIMUNDO DAS CHAGAS QUINTÃO”
CIDADE: TAQUARAÇU DE MINAS – MG
ORIENTADOR: MARIA DE LOURDES MARQUES CRUZ
PROFESSOR FORMADOR: MARIA ESTELA DOS SANTOS FERRAZ
DISCIPLINA: LÍNGUA PORTUGUESA

RELATÓRIO DE OFICINA
DATA: 29 de maio de 2009
3.º Encontro
O terceiro encontro foi ministrado pela Orientadora Senhora Maria de Lourdes Marques Cruz. Não pude comparecer, pois apresentei um problema de saúde que impossibilitou a minha presença. Segundo as cursistas, a orientadora corrigiu as atividades da Unidade 10 – seqüências tipologias feitas por elas e logo após discutiram sobre o desenvolvimento do curso nas salas de aula.














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ESCOLA MUNICIPAL “RAIMUNDO DAS CHAGAS QUINTÃO”
CIDADE: TAQUARAÇU DE MINAS – MG
ORIENTADOR: MARIA DE LOURDES MARQUES CRUZ
PROFESSOR FORMADOR: MARIA ESTELA DOS SANTOS FERRAZ
DISCIPLINA: LÍNGUA PORTUGUESA

RELATÓRIO DE OFICINA
DATA: 05 de junho de 2009 -
4.º Encontro
As cursistas apresentaram as atividades aplicadas em sala de aula sobre sequências tipológicas (narração, descrição, tipo injuntivo e preditivo). Ficaram satisfeitas com os resultados dos trabalhos, pois os alunos não tiveram dificuldade em trabalhar as sequências tipológicas de forma agradável e divertida.
Após a apresentação dos trabalhos, as cursistas em grupo, leram o texto da Oficina 6 – “Composição: Salário Mínimo” para melhor entenderem os tipos textuais. No final do horário, elas apresentaram, e de forma proveitosa, socializaram o trabalho uma vez que perceberam como definir um tipo textual, através das estruturas linguísticas q ue servem de pistas para compreender a construção do significado do texto.












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ESCOLA MUNICIPAL “RAIMUNDO DAS CHAGAS QUINTÃO”
CIDADE: TAQUARAÇU DE MINAS – MG
ORIENTADOR: MARIA DE LOURDES MARQUES CRUZ
PROFESSOR FORMADOR: MARIA ESTELA DOS SANTOS FERRAZ
DISCIPLINA: LÍNGUA PORTUGUESA

RELATÓRIO DE OFICINA
DATA: 19 de junho de 2009 -
5.º Encontro
Ao iniciar a Unidade II do TP3, fizemos antes uma reflexão sobre o que já havíamos estudado. Observamos que as unidades 9 e 10 trouxeram muito aprendizado. Apesar das dificuldades encontradas, quanto ao tempo para absorver toda a leitura e resolver todos os exercícios para melhor compreensão, a preparação das aulas, além das dificuldades encontradas na sala de aula, os cursistas conseguiram aplicar alguns exercícios para os alunos. De acordo com o relatório da professora que trabalhou sequências tipológicas, os alunos demonstraram dificuldades para organizar as idéias e transcrever os argumentos necessários para convencer os leitores de seus propósitos. Foram feitos outras atividades com o mesmo objetivo, para que os alunos se sentissem estimulados a produzir textos.
Durante a apresentação, os professores questionaram sobre a falta de leitura dos alunos, ficamos de preparar pequenos projetos para estimular a leitura, como por exemplo: montar uma pequena biblioteca na sala de aula, uma vez por semana, com uma grande variedade de gêneros textuais coletados por nós professores e pelos alunos deixando que eles procurem e leia o texto que lhe convier, o que mais lhe agradar; entre outros projetos que foram discutidos e que tenho certeza juntas vamos conseguir realizar.
O encontro foi satisfatório, pois estávamos motivadas a fazer de um tudo para tornar nossos alunos, pelo menos os que estão na faixa etária e na série de forma regular, alunos proficientes em leitura e escrita.



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APRENDIZAGEM ESCOLAR
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CIDADE: TAQUARAÇU DE MINAS – MG
ORIENTADOR: MARIA DE LOURDES MARQUES CRUZ
PROFESSOR FORMADOR: MARIA ESTELA DOS SANTOS FERRAZ
DISCIPLINA: LÍNGUA PORTUGUESA

RELATÓRIO DE OFICINA
DATA: 26 de junho de 2009
6.º Encontro
Neste encontro introduzimos a Unidade 12, lendo o texto a inter-relação entre gêneros e tipos textuais de Maria Luiza Monteiro Sales Coroa. Logo após, as cursistas foram assistir ao filme “Narradores de Javé” e apresentaram um plano de aula para posterior aplicação junto com outras disciplinas que ajudariam na classificação de gêneros quando solicitassem aos alunos diversas formas de apresentarem todos os assuntos discorridos no filme.
Quando da apresentação do plano de aula, mesmo após termos discutido muito sobre o que o filme apresentou, pude notar que algumas das cursistas não mantêm uma leitura cultural ativa, pois não tinham conhecimentos prévios de coisas que já deveriam saber pois já cursaram ou estão cursando o curso de letras. Aconselhei que lessem mais, não só assuntos atuais, como também assuntos que já aconteceram, mas que são atemporais, só apresentam hoje de forma diferente.
Passei a elas também uma lista de provérbios da Era digital para que trabalhassem em sala de aula, revendo os velhos ditados e adaptando-os numa discussão sobre cidadania. Com isso, ganhamos a oportunidade de trabalhar a realidade dos alunos quanto a fala e a escrita da comunidade. Fechamos por hora o caderno TP3, pois ficamos de reavaliar tudo e voltar as discussões que geraram dúvidas.







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DISCIPLINA: LÍNGUA PORTUGUESA

RELATÓRIO DE OFICINA
DATA: 03 de julho de 2009
7.º Encontro
Introdução do TP4, unidade 13. Foi mostrado através de uma televisão, utilizando o pen drive com o material do Gestar, tudo sobre Letramento, discutimos bastante sobre o assunto das três seções, não deixando de relevar a importância da prática da escrita no cotidiano,suas diversas formas de representação e utilização. Os professores fizeram também a leitura do texto introdutório: Leitura, escrita e cultura – de Silviane Bonaccorsi Barbatro, para entender melhor o assunto. Chegamos realmente a conclusão de que nossos alunos não sabem ler no texto, apenas decodificam e quando respondem, procuram respostas visíveis no texto. Nunca estão a par de assuntos relevantes do município, não participam de atividades de leitura, mesmo que só ouvidas. Foram as cursistas para a sala de aula tentar buscar as primeiras soluções para o desenvolvimento do assunto, o conhecimento prévio.
Deixei as cursistas planejando uma aula do assunto nos minutos finais deste encontro.







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CIDADE: TAQUARAÇU DE MINAS – MG
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DISCIPLINA: LÍNGUA PORTUGUESA

RELATÓRIO DE OFICINA
DATA: 10 de julho de 2009
8.º Encontro
O encontro foi proveitoso, as professoras fizeram demonstração do trabalho de sala de aula. Ficaram fascinadas com a quantidade de material que se pode utilizar para trabalhar a compreensão da leitura. Os relatórios deixam claro o objetivo a que propuseram e os resultados. O material do GESTAR II, riquíssimo em conteúdo, norteou o planejamento.
As cursistas em plena atividade no Ensino Fundamental e no Ensino Médio já compreenderam a importância do Curso. Apesar de reclamarem de falta tempo para desenvolvimento dos conteúdos, estavam felizes por estarem dando conta de conciliar o próprio aprendizado e a transposição para os alunos. Ver relatórios.











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DISCIPLINA: LÍNGUA PORTUGUESA

RELATÓRIO DE OFICINA
DATA: 17 de julho de 2009
9.º Encontro
As cursistas apresentaram os trabalhos feitos pelos alunos referente a unidade 14 – O processo da leitura. Após fazermos a leitura, analisamos os trabalhos que foram aplicados não só nas turmas do Ensino Fundamental, como também nas turmas do Ensino Médio, como mostra o relatório da cursista. Ela observou que os alunos do Ensino Fundamental apresentaram dificuldade em relacionar texto e imagem. A questão trouxe discussão e voltamos ao ponto inicial, nossos alunos não dão importância devida a leitura feita no texto, para compreensão dos significados que o texto traz. Firmamos novamente o pacto de tentar mudar a situação crítica de leitura dos alunos.
Numa outra aplicação em alunos do 7.º ano do Ensino Fundamental, duas cursistas usaram o texto “Nossas cidades” da página 76 para sondar o conhecimento prévio dos alunos, entre outros objetivos. Ver relatórios.











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DISCIPLINA: LÍNGUA PORTUGUESA

RELATÓRIO DE OFICINA
DATA: 03 de agosto de 2009
10.º Encontro
Neste dia, algumas cursistas que ainda não haviam apresentado os trabalhos aplicados em sala referentes a unidade 14, fizeram as apresentações. Conforme relatório pode-se verificar que os alunos desenvolveram trabalhos de leitura oral e escrita. Discutimos os temas abordados na unidade, que exigem muita dedicação, pois o conteúdo é profundo. As dúvidas surgidas foram esclarecidas durante o estudo. As alunas realizaram atividades propostas no cronograma da aula. Introduzi a Unidade 15 e 16 e pedi a elas que fizessem primeiro a leitura e a atividade proposta do texto A expansão da pobreza nas cidades. Elas elaboraram perguntas relacionadas a ele, de acordo com a proposta, ficando as apresentações para serem feitas no próximo e último encontro deste primeiro módulo.










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CIDADE: TAQUARAÇU DE MINAS – MG
ORIENTADOR: MARIA DE LOURDES MARQUES CRUZ
PROFESSOR FORMADOR: MARIA ESTELA DOS SANTOS FERRAZ
DISCIPLINA: LÍNGUA PORTUGUESA

RELATÓRIO DE OFICINA
DATA: 07 de agosto de 2009
11.º Encontro
Este encontro serviu apenas para discussão de tudo que lido, discutido, trabalhado neste período de estudo do GESTAR II. As cursistas fizeram também uma avaliação do curso.
Acreditamos que estamos num processo de mudanças na forma de inserir conteúdos para ensino aprendizagem. Tenho certeza que os professores estão abertos para esta nova direção. Acredito também que as mudanças não podem ser implantadas como se fosse um decreto. Será assim a partir de hoje. A realidade escolar tem mostrado que toda mudança gera uma resistência muito grande,às vezes,maior por parte dos professores do que por parte dos alunos.
Acredito também que não existem receitas prontas quando se trata de uma situação de ensino aprendizagem. O que existe na verdade é uma variedade de experiências individuais adquiridas ao longo de nossa profissão, que se adaptam bem a uma turma e a outras não funcionam. Temos então que tirar o medo do novo, por que as mudanças não precisam, nem devem ser radicais, pois só a experimentação e a avaliação constante de uma prática, dirão se esta prática é válida ou não. Muitas vezes o prazer das descobertas que não são novas, mas evidentes nos gratificam não só em ensinar, mas também no aprender, uma vez que no processo ensino aprendizagem a interação é fundamental.
O temor de errar, a frustração de não se atingir o objetivo tenha nos tolhido na experimentação de novas técnicas. O tempo escasso para o estudo aliado que se contrapõe à rapidez das mudanças no trabalho, no mundo, na sociedade, tudo é um empecilho, mas não podemos esquecer que são exatamente tudo isso que deve reestruturar o pensar e agir do professor.
Sempre que inciamos um novo trabalho, temos expectativas a serem cumpridas e padrões a serem transformados,mas se a inovação, de uma forma ou de outra, trará resistência, também aguçará a curiosidade, e o que mais nos motivou para trabalhar o Programa Gestão da Aprendizagem escolar foi a curiosidade. O novo nos amedronta, mas nos impulsiona. Reavaliando e experimentando novos caminhos que não se acabam, mas se reiniciam a cada passo no processo de ensino-aprendizagem. E foi assim, apenas cinco professoras, algumas com dificuldades pois ainda não terminaram o curso de letras, mas já lecionam, outras, trabalhando em duas escolas, estudando mais para aprimoramento, sem tempo para uma leitura tranqüila, resolução de tarefas, inúmeras tarefas nos Cadernos das TP’s, mas fizeram e o resultado está aí, não só o que se apresenta, tenho vários guardados, (cartazes, trabalhos manuais) todos voltados para a leitura e a escrita – fundamento maior do GESTAR II, acredito eu.
Concluindo, estamos em um processo inacabado e é claro temos que repensar até no que já foi feito até aqui do GESTAR II, mas fizemos com vontade, com consciência de estarmos trabalhando em prol de nossos alunos. Não fechamos os três cadernos, mas trabalhamos dentro das possibilidades nossas e de nossos alunos.

Maria Estela dos Santos Ferraz

Memorial de leitura

Memorial de leitura
A saga de um aprendiz
O texto que se segue é uma viagem que faço no tempo, no tempo de minha infância, no tempo em que construi meu pacto com a leitura. Lembro-me dos primeiros dias em que tive contato com um livro. A cidade onde moro até hoje era bem mais simples, não tínhamos energia elétrica e a hora de dormir era à hora em que as aves se acomodavam. Eu tinha apenas sete anos. O livro tinha apenas quatro páginas e só trazia algumas figuras com sílabas abaixo. O sol já havia ido embora e a noite adentrava pelas brechas das janelas. Já não se podia enxergar as letras, minha mãe cuidadosamente colocava uma lamparina sobre a mesa, recomendando: _ Só mais um pouquinho, já é tarde”. Balbuciando, repetia as silabas como se fosse gaga e o som de minha voz me enchia de alegria. Mais tarde vim saber que o livro era o que havia sobrado de uma cartilha velha, que havia ajudado no aprendizado da leitura de meus irmãos. O gosto pela leitura começou aí, buscava incessantemente textos de qualquer gênero, livros dos meus irmãos mais velhos e, não só lia como também gostava de escrever. Na escola, livro era só o do mestre, o rigor e a disciplina falavam sem palavras. Para mudar de ano (série) a leitura e a sabatina dos verbos em todos os tempos e modos verbais mais a dos fatos fundamentais de matemática, eram feitos pela diretora e era o dia mais temido pelo alunos. Contudo as poesias e a hora do conto ficaram gravados em minha memória, minha primeiras leituras ouvidas. Das realmente lidas me lembro apenas de estar lendo no quadro, pois as do livro eram com a Diretora e como já disse o medo de ser reprovada sempre vinha em primeiro lugar, mas eu era sustentada pelos elogios da professora Júlia, que sempre me incentivou para ler, falar em público, e produzir composições, pois pensava ela, ter eu nascido para a comunicação. Assim venci o grupo, os quatro primeiros anos de minha escolaridade. Na época, ingressar na quinta série não era fácil, tinha que ser pela “admissão”, um ano de curso que selecionava os alunos para o ginásio, tempo compreendido entre a 5.ª e 8.ª séries. O curso era pago e minha família não podia arcar com as despesas. Fiquei atormentada.Chamava-se: Escola Comercial Nossa Senhora da Conceição. Fiz a matrícula dizendo que pagaria depois. Nunca paguei, nem a matrícula, nem as mensalidades. Todos os meses, a tesoureira falava alto e em bom som o nome dos devedores, eu sempre estava na lista, o maior número de meses sem pagamento era sempre o meu. Abaixava a cabeça e ouvia em silêncio. Não me conformava em ter que pagar para estudar.No fim do ano não pude fazer a prova por não ter pago as mensalidades,perdi o ano que estudei e também o próximo ano pois não tinha “cara” de entrar novamente sem pagar. Tinha 15 anos de idade, mas tudo dissipou-se quando soube que o governo acamparia as escolas e todos podiam estudar “sem pagar”. Matriculei-me e comecei o ginásio. Não cabia em mim de tanto alegria. A escola foi denominada Escola Estadual “Presidente João Goulart”. No sexto ano já lia para fichamento, o primeiro livro jamais esquecerei: “Papai Pernilongo” – apesar da vida de órfã da personagem, eu me imaginava em seu lugar, pois ela estudava em um bom colégio e passava férias em lugares que sonhava em conhecer. No sétimo ano o livro foi “Rosinha minha canoa” e daí por diante não pararam mais, li bastante da prosa romântica brasileira e tudo que encontrava pela frente. A leitura me fascinava. Lia escondido, revistas que traziam as fotonovelas: Revista “Capricho” e “Sétimo Céu” – minha irmã mais velha colecionava. Saí do interior e fui para a capital: Belo Horizonte. Aí sim, tudo era fascínio: o cinema, a biblioteca da escola e a biblioteca pública. Descobri que podia ter carteira de associado e pegar livros. Sempre que podia estava lá viajando na leitura. No 2.º grau, como era chamado, conheci: Clarice Lispector, Carlos Drumond de Andrade, Mário Quintana, esse último me levou ao delírio – “ Todos estes que aí estão/Atravancando o meu caminho,/Eles passarão,/Eu passarinho!” Conheci melhor o movimento de 1922 e todos aqueles que faziam parte dele, ou seja, fiz um mergulho na Literatura. (arte em geral). Ao concluir o 2.º grau, já com 22 anos de idade, me vi obrigada a trabalhar não desistindo de continuar os estudos. Tentei universidade pública, não consegui. Fui trabalhar em uma editora de lista telefônica e por minha sorte, todos da empresa faziam parte do “Círculo do livro”, uma associação que vendia livros e o pagamento era através de boleto. Associei-me claro, e então comecei a conhecer autores internacionais: “Best Sellers” entre outros que me muito ajudaram em minha leitura. Quando ingressei na Faculdade “Nilton Paiva” para fazer o curso de Secretariado Executivo Bilíngüe, abandonei um pouco a leitura por não ter tempo, era trabalho e trabalhos da Faculdade, mas sempre que podia lia alguma coisa. Em 1986, voltei para o interior e por ter concluído uma Faculdade da área de Comunicação pude lecionar Língua Portuguesa e Literatura na Escola do município, cobrindo uma licença sem vencimento de uma professora. Assim descobri minha vocação. Ser educadora. Mergulhei de cabeça e aí sim, lia, lia e lia livros sobre educação e livros de literatura. Precisava deles. Em 1992, já casada, com filhos, muito mais difícil para enfrentar trabalho e estudo, fui aprovada pelo vestibular da PUC, para cursar um Emergencial de Letras – licenciatura curta, só nas férias. O Curso durou 3 anos e depois mais 2 anos para a licenciatura plena. Formei em 1997 e até hoje leciono Língua Portuguesa que amo de paixão. Tenho lido bastante ultimamente, livros que me ajudam muito a refletir sobre as pessoas, sobre o mundo, sobre Deus, (“ A Cabana” de J.P. Young; “O Futuro da Humanidade” de August Cury . Ganhei de presente o livro “Os cem melhores contos do século XX” e estou ansiosa para começar, mas no momento tenho outra missão, ler junto com minha filha que fará o exame vestibular no final do ano, o livro “Mensagens” de Fernando Pessoa. Juntas lemos, discutimos e a compreensão é bem melhor. Amo a leitura e pretendo após aposentar da sala de aula, passar o meu tempo dentro de uma biblioteca. A saga de estar na condição de aprendiz nunca teve fim...
(Maria Estela dos Santos Ferraz. 2009.)